Coisas estranhas



E o que dizer sobre os últimos acontecimentos? O que dizer sobre o dia de hoje? O que dizer sobre os nossos dias? São dias difíceis com certeza, a mim, a você, a todos nós. É a crise nacional, a dívida externa, a indicação de um país com declínio econômico. É choque do descontrole, da tragédia, da proximidade, da possibilidade da morte tão perto. É a lembrança de um dos piores atentados do mundo. O que nos comove não são os acontecimentos e sim o quão frágeis somos em relação a eles.
 
E as surpresas? São as mais estranhas possíveis. A gentileza ao abrir uma porta, a solidariedade em uma carona, a atitude urgente em meio ao temporal, o “obrigado” ao serviço prestado, o cuidado com os animais em rodovia. O que tem nos causado estranheza é justamente o que deveria ser normal, comum, obrigatório. E qual é a frase de efeito? Nos acostumamos com ao que é ruim. Perdemos nossas perspectiva de humano, de coletividade, de mundo, de criatura. 
As frases, quando refletidas, são absurdas... e já tão comuns. “Ele é um ótimo marido, nunca me bateu!” Hein!? “Meu filho é tão bonzinho, imagina, ele me bateu porque não sabe o que faz?” Hein?! “Minha filha? Um amor, mas não gosta de estudar, largou a escola!” Hein?! “Amo meu namorado, só não gosto quando ele me obriga a fazer aquelas coisas que não quero!” Hein?! “Esse político até que é bom, não rouba tanto!” Hein?! Hein?! Hein?! Eu poderia citar ainda outras frases que escutamos por aí, ou melhor, somente escutamos e não ouvimos o que falamos, caso contrário elas não seriam pronunciadas. 
Perdemos a razão e justificamos o horrível com o absurdo: o assassinato em nome de “deus”, o roubo em benefício coletivo, a tragédia em nome do amor. Não, a ausência de valores não é justificável, ou tem ou não tem. É preciso uma pausa, um momento de reflexão, de análise e racionalidade. Um pouco mais de comprometimento com a vida e bem menos de “umbigo no mundo”! 

Pare, pense, reflita. Mude de vida!!!

Abraços

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