Pausa


            Estou em pausa. Semelhante aquele período de silêncio que ocorre no meio da música. Parece que tudo vai acabar, que não tem volta, não tem saída, não tem solução. Mas o inesperado acontece,a música surge, o som faz-nos lembrar sobre o movimento da vida: em alguns  momentos ela silencia, mas nunca pára.

            Dizem os pensadores que a crise é o momento de criatividade, do novo, do renascimento. A pausa vem junto à crise: o caótico para ser-nos silencioso. O som do progresso parece sumir, restando a solidão dos pensamentos inquietos.

            Pausa. Crise. Silêncio. Nada mais reflete do que um período de transformação. Este é o momento onde tudo pára, para que eu possa olhar ao mundo e a mim mesmo de maneiras diferentes. Num mundo com tanta agitação não é fácil para e muito menos admitir que a pausa é necessária, que a nossa música precisa de um tempo, até que o nosso entendimento seja lapidada para a devida apreciação da sinfonia.

            Para é preciso. É preciso calma para assumir os erros. É preciso humildade para pedir perdão e olhar para os nossos piores defeitos com longaminidade, é preciso entender que em algum momento da sua vida terá que mudar. Mudar a mente, mudar o coração, mudar a alma. Neste momento é preciso paciência para lidar com as próprias deficiências. A pausa se faz necessária. A crise é bem vinda. A transformação precisa ser efetiva, daquelas que acontecem de dentro pra fora.

            Em tempos de grandes feitos tecnológicos e pouco humanos é preciso pessoas corajosas para fazer diferente, mudar o olhar do umbigo para o horizonte. Pessoas que estejam dispostas a tocar o outro, literalmente. Corajosos o suficiente para admitir que são humanos e que gostam de outros humanos, que desejam uma vez ou outra uma pausa de mil compassos para organizar os pedaços que o capitalismo deixou.

Comentários

  1. O capitalismo é mesmo uma máquina famintanque come mais do que possa metabolizar e por isso regurgita restos. Mas eu fico perguntando que outro destino teria o mundo depois de pperder a inocência... O capitalismo é consequncia dde todo o resto, não opção. Nossa opção é, sim, desacelerar a máquina, resfriá-la um pouco, talvez...

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