Um dia de cada vez ...


Sim, um novo ano começou.  E começou pedindo a todos nós um pouco de alegria, afeto, amor e compaixão. O ano que se passou teve a crise financeira refletida em todas as outras áreas de nossa vida. Nos sentimos machucados, quase não conseguimos nos levantar e enxergar o horizonte de um futuro melhor. Mas a graça da natureza nos prova que após uma tempestade sempre vem a calmaria. E depois da calmaria uma nova tempestade, e depois ... assim será para sempre.
Como um grito de sobrevivência, prometemos mundos e fundos a cada início de ano. Prodígio será aquele que conseguir cumprir tudo que prometeu aos outros e a si mesmo. Não existe aqui lugar para julgamentos, estabelecer metas é fundamental, e determinar ciclos em nossa vida é essencial para um crescimento saudável e maduro.
Resolvi fazer diferente. Este ano não prometi e não estabeleci metas, nem a mim, e muito menos aos outros. Não escrevi na agenda ou em algum papel bonito passo a passo daqueles desejosos objetivos quase utópicos, que ousamos fazer, mas sabendo que muitos deles não conseguiremos cumprir de jeito algum, não por falta de esforço, mas por natureza de personalidade. Sendo assim, fiz uma proposta a mim.
Um dia de cada vez, não que este seja o último, mas singularmente único. Dia único para que eu o viva superando meus defeitos, analisando o que em mim julgo ser difícil de conviver, que machuca a mim e ao meu próximo, que me impede de avançar as barreiras das relações profundas e afetuosas. Um dia de cada vez, para aprender que não estou só, que estou cercada de pessoas maravilhosas, que não são perfeitas, mas dotadas de qualidades singulares, de sorrisos acolhedores e abraços companheiros. Um dia de cada vez, para entender que essas pessoas maravilhosas podem me ferir, e não me atender em algum momento, e mesmo assim não faz com que elas gostem menos de mim.
Um dia de cada vez, para descobrir minhas potencialidades, para dedicar tempo as minhas habilidades afetivas e profissionais, para atingir o outro com meu afago e com minha música, transmitindo a alegria de construir um mundo melhor. Um dia de cada vez, para olhar pela janela a paisagem que Deus me proporciona a cada dia, de uma maneira diferente, uma oportunidade para Lhe agradecer pela vida que é ofertada a mim com simplicidade e complexidade.
Um dia de cada vez, para cultivar novos amigos, para encontrar num sorriso a cumplicidade de descobrir afinidades que nos tiram do medo terrível de estar só. Um dia de cada vez, para entender que amigos antigos serão sempre amigos se souberam aceitar o tempo e a mudança entre eles, que entenderam que os destinos mudam mas que a lembrança pode ser um lugar de encontro se viveram momentos inesquecíveis.
Um dia de cada vez, para parar, observar e refletir sobre a vida, e entender que nunca será como queremos completamente, algumas serão como planejamos, mas a maioria será como o destino julgar melhor, mesmo que nossa visão não alcance essa melhora. Um dia de cada vez, para cultivar a vida dentro mim, de fazer do meu interior uma pequena festa de celebração, das conquistas, dos aprendizados, do crescimento, do amurecimento.
Um dia de cada vez ...
Este ano não prometo mundos, não estabeleço fundos. Este ano me proponho cuidar do afeto, como se fosse o último abraço; amar como se fosse a última paixão; rir como se fosse a última piada; sorrir como se fosse a última beleza; cantar como se fosse a última canção; dançar como se fosse a última parceria; encantar com a vida a cada dia. Sei que amanhã existirá, o sol irá nascer e a vida continuará. Só não continuará aquilo que hoje eu não cultivar!
A todos, queridos leitores, a maravilhosa aventura de viver o ano de 2012!

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