Você: tem fome de quê?

Algumas necessidades me surgem como a sede em meio ao deserto. Alguns desejos, pequenos até, mas que fazem uma diferença enorme no nosso dia. Sinto isso. A urgência de escutar uma determinada música repetidas vezes ininterruptamente. A emergência por um doce, aquele em especial, que quase faz com que o mundo pare. O desejo repentino de silenciar-se, ouvir o nada, e contemplar os sons que vem de dentro, do coração. O sufoco que dá quando precisamos falar, falar e falar, sobre o passado, presente ou futuro, importâncias ou futilidades, a necessidade de expressar, desabafar.
Simplicidades da vida. Usar o sapato novo, experimentar diversas roupas, dar uma volta no quarteirão, conhecer um novo restaurante, assistir um episódio repetido daquela série que você adora.
Necessidades me sobrevêm. De música, de escrita, de cultura. Alimento. Sustento. Agora, a urgência de escrever, a ansiedade de expressão, a necessidade de tocar o outro através daquilo que tanto me alimenta: a escrita. Então, falaremos de nossas necessidades. Das mais simples as mais complexas.
O mundo em que vivemos torna a simplicidade em complexidade, e com isso estamos nos esquecendo do que realmente nos alimenta. Não aquela fome de comida, de pão. Mas aquela fome da alma, do coração. Estamos nos esquecendo, cada vez mais, das necessidades do coração, que é tão simples, que as vezes não conseguimos compreende-lo.
Imagine, uma receita médica simples para curar coração, auto-estima, saúde, humor e mente. Doses diárias de abraços sinceros, de sorrisos espontâneos, de apertos de mãos solidários, de boa leitura, de boa música, de encontros afetivos, de conversas confessionais, de conselhos sábios, de orientações maduras, de proteção maternal, de companhia fraternal, de empenho profissional e de ética social.
Puxa, parece quase uma utopia, mas imagine se todos nós, homeopaticamente, começarmos a praticar, poderá ser possível, talvez não um mundo sem doenças físicas, mas com certeza um mundo sem pessoas de almas gélidas.

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