- Por que você não deu um sorriso quando ela brincou com você? - ele me perguntou.
- Está falando comigo?
- Só estamos nós dois aqui.
- Eu não prestei muita atenção. Não percebi que era uma brincadeira.
- Você não prestou atenção.
- Foi o que eu disse. Eu não prestei atenção que era uma brincadeira.
- Você não prestou atenção.
- Engoliu o disco?
- Não. Nem vi.
- É uma maneira de dizer.
- O quê?
- Uma maneira de dizer que você está se repetindo.
- E há algum mal nisso?
- Há.
- Há tanta coisa que se repete e é tão bonita.
- Como o quê?
- Você não sabe?
- Não.
- Viu como o dia está hoje?
- Vi.
- Não. Você não viu.
- Bem. Então, estou vendo agora.
- Já passou.
- O quê?
- Aquele instante.
- Qual instante?
- Aquele em que eu lhe perguntei se tinha visto como o dia estava bonito.
- Sim. Mas há outro instante agora. E depois haverá outro.
- Você tem razão. Mas aquele já foi. Que pena! Foi tão bonito!
- Bem, eu nem sei o que dizer.
- Ela talvez não brinque mais com você. E, se brincar, será diferente.
- Eu já disse que não tinha prestado atenção.
- Eu sei. E quanto ao sorriso?
-Que sorriso?
- Você não sabe o que é um sorriso?
- É evidente que eu sei. É que é preciso motivo, razão para sorrir.
- Por quê
- Por que o quê?
- Por quê é preciso motivo, razão para sorrir?
- Porque senão o sorriso fica bobo.
- Eu gosto muito de sorriso. Gosto muito.
- Você gosta de sorriso bobo? Eu não gosto.
- Eu sei.
- Você sabe?
- Sei. Eu presto atenção.
- Eu também.
- Você não prestou atenção à brincadeira que ela fez.
- Bem, isso foi só uma vez.
- Não prestou atenção em como o dia está bonito.
- Bem, depois eu vi.
- Não prestou atenção em mim.
- Em você?
- Sim. estou aqui faz tempo.
- Eu nem sei o que dizer.
- Eu sei.
- Você sabe tudo ?
- Não. Só sei o que é necessário.
- E o que é necessário?
- Coisas simples.
( trecho extraído do livro " O pequeno filósofo" de Gabriel Chalita - recomendo a leitura )
- Está falando comigo?
- Só estamos nós dois aqui.
- Eu não prestei muita atenção. Não percebi que era uma brincadeira.
- Você não prestou atenção.
- Foi o que eu disse. Eu não prestei atenção que era uma brincadeira.
- Você não prestou atenção.
- Engoliu o disco?
- Não. Nem vi.
- É uma maneira de dizer.
- O quê?
- Uma maneira de dizer que você está se repetindo.
- E há algum mal nisso?
- Há.
- Há tanta coisa que se repete e é tão bonita.
- Como o quê?
- Você não sabe?
- Não.
- Viu como o dia está hoje?
- Vi.
- Não. Você não viu.
- Bem. Então, estou vendo agora.
- Já passou.
- O quê?
- Aquele instante.
- Qual instante?
- Aquele em que eu lhe perguntei se tinha visto como o dia estava bonito.
- Sim. Mas há outro instante agora. E depois haverá outro.
- Você tem razão. Mas aquele já foi. Que pena! Foi tão bonito!
- Bem, eu nem sei o que dizer.
- Ela talvez não brinque mais com você. E, se brincar, será diferente.
- Eu já disse que não tinha prestado atenção.
- Eu sei. E quanto ao sorriso?
-Que sorriso?
- Você não sabe o que é um sorriso?
- É evidente que eu sei. É que é preciso motivo, razão para sorrir.
- Por quê
- Por que o quê?
- Por quê é preciso motivo, razão para sorrir?
- Porque senão o sorriso fica bobo.
- Eu gosto muito de sorriso. Gosto muito.
- Você gosta de sorriso bobo? Eu não gosto.
- Eu sei.
- Você sabe?
- Sei. Eu presto atenção.
- Eu também.
- Você não prestou atenção à brincadeira que ela fez.
- Bem, isso foi só uma vez.
- Não prestou atenção em como o dia está bonito.
- Bem, depois eu vi.
- Não prestou atenção em mim.
- Em você?
- Sim. estou aqui faz tempo.
- Eu nem sei o que dizer.
- Eu sei.
- Você sabe tudo ?
- Não. Só sei o que é necessário.
- E o que é necessário?
- Coisas simples.
( trecho extraído do livro " O pequeno filósofo" de Gabriel Chalita - recomendo a leitura )
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